O conflito entre Rússia e Ucrânia, iniciado na última quinta-feira (24), deve gerar um grande impacto na vida dos produtores rurais brasileiros.
Com a invasão russa, trigo, soja, milho, fertilizantes, petróleo e gás natural devem ser setores que irão sofrer diretamente o agronegócio, principalmente os fertilizantes, já que atualmente o Brasil é dependente da Rússia.
Ao todo, 85% dos fertilizantes usados no país em 2021, foram importados, sendo 23% da Rússia.
Com a invasão à Ucrânia, diversas sanções foram adotadas contra o país de Vladimir Putin, o que reflete em uma variação nos custos dos produtos fornecidos pelo país, gerando preocupação em seus principais importadores, como o Brasil.
O mercado de fertilizantes russo paralisou, e a expectativa é um aumento ainda maior no preço que já vem de uma alta de mais de 150%, além de uma escassez.
Na última quinta-feira (24), a ministra Tereza Cristina disse em evento na capital do Ceará, Fortaleza, que há alternativas para substituir os insumos russos. “O Brasil é um importador de fertilizantes de vários países do mundo. Nós temos que ver o que vai acontecer. Agora, temos outras alternativas para poder substituir se nós tivermos algum problema em algum desses países“, disse.
Em entrevista coletiva, na tarde deste domingo (27), o presidente Jair Bolsonaro esclareceu como o conflito pode afetar diretamente o país, e ressaltou que é necessário que o Brasil mantenha equilíbrio, pois tem negócios com a Rússia.
Durante uma coletiva o presidente foi questionado sobre como a falta do fertilizante russo deve impactar no agronegócio brasileiro, e , na ocasião, ele respondeu reforçando que o país possui fertilizantes, mas não é possível explora-los.
“Nós temos fertilizantes no Brasil. Temos potássio em abundância, mas é uma reserva indígena, porque não explorar?! O Brasil, foi em parte inviabilizado com as demarcações de terra indígenas,” afirmou Bolsonaro.
Bolsonaro relembrou o projeto que permite aos povos indígenas ter direito de explorar a sua terra, e citou um novo Marco Temporal, que está no Supremo Tribunal Federal (STF), onde defende que os indígenas podem reivindicar terras que estavam antes do dia 5 de outubro de 1988.
“Vamos supor que esse novo Marco Temporal seja reconhecido, uma outra área dessa somatória de áreas demarcadas, equivale a uma região Sul”, explicou o presidente e disse que uma área maior que a Região Sudeste está demarcada como terra indígena.
Ao longo da entrevista, Bolsonaro disse acreditar que o conflito deve terminar em breve, com uma negociação entre os países, e que caso continue, todo o mundo sofrerá sérias consequências, pois o agronegócio, principalmente do Brasil será impactado e isso acarreta em um grande desabastecimento.
“O Brasil tem solução para tudo, nós que inviabilizamos”, concluiu o presidente.
Fonte: Rede tv
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