O Ministério da Economia reduziu a estimativa para a expansão da atividade neste ano e elevou sua previsão de inflação, estimando novo estouro da meta em 2022.
As informações constam do Boletim Macrofiscal, divulgado nesta quinta-feira (17) pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia.
Para 2022, a estimativa do governo para o PIB caiu de 2,1% para 1,5%. Mesmo com a redução, a expectativa do Ministério da Economia para a economia brasileira segue acima da previsão do mercado, que é de crescimento de 0,49%.
O Ministério da Economia também elevou, de 4,7% para 6,55%, a previsão para o crescimento da inflação neste ano. Se confirmado, será o segundo ano seguido de descumprimento da meta de inflação (leia mais abaixo).
O governo apontou, entre os fatores que pesam negativamente para o crescimento da economia, os reflexos da guerra na Ucrânia, da pandemia da Covid-19 e o crescimento da inflação.
“Ao mesmo tempo, existem riscos neste ano a serem monitorados, notadamente a guerra na Ucrânia e seus impactos nas cadeias globais de valor, que já apresentam gargalos devido à pandemia. Adicionalmente, o risco da pandemia sobre o crescimento econômico e a inflação continuam sendo avaliados”, acrescentou.
Para o ano de 2023, a área econômica manteve em 2,5% a sua estimativa para o crescimento do PIB.
Inflação
Ao mesmo tempo, o Ministério da Economia também passou a prever um crescimento maior da inflação neste ano. Em novembro do ano passado, a estimativa era de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) somasse 4,7% em 2022.
Nesta quinta-feira, o governo elevou a expectativa de inflação para 6,55% neste ano. A previsão do Ministério da Economia está em linha com o mercado financeiro, que prevê um IPCA de 6,45% para 2022.
A meta central de inflação para 2022 é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%. O objetivo foi fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-lo, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, a Selic.
Se confirmada a previsão do governo para a inflação em 2022, será o segundo ano seguido de estouro da meta de inflação. Em 2021, o IPCA somou 10,06%, o maior desde 2015.
“Em relação à elevação da projeção de inflação, a principal contribuição provém do aumento dos preços internacionais das ‘commodities’ [produtos básicos] agrícolas e, principalmente, energéticas, em meio às tensões ocorridas no Leste Europeu”, avaliou o governo.
Para 2023, a projeção do Ministério da Economia continuou estável em 3,25%. Para o próximo ano, a meta foi fixada em 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Fonte: G1
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