O dólar à vista fechou em leve alta ante o real nesta quarta-feira, na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana cedia ante divisas fortes, com investidores no Brasil antecipando na sessão parte da disputa pela formação da Ptax de fim de mês.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8697 reais na venda, com alta de 0,29%.
Na B3, às 17:18 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,34%, a 4,8755 reais.
No início do dia, a moeda norte-americana à vista chegou a oscilar no território negativo no Brasil, em sintonia com o exterior. Às 9h16, o dólar à vista foi cotado na mínima de 4,8431 reais (-0,26%).
A divulgação de novos dados econômicos nos EUA pela manhã reforçou a pressão baixista para o dólar no exterior.
O relatório de Emprego Nacional da ADP indicou que foram abertas 177.000 vagas de emprego no setor privado norte-americano no mês passado. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 195.000 postos.
Já o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no segundo trimestre foi revisado de 2,4% para 2,1%, em taxa anualizada.
Os números elevaram as apostas de que o Federal Reserve, por conta da desaceleração econômica, não subirá os juros novamente em 2023, o que pesou sobre o dólar ante várias divisas.
No Brasil, porém, a moeda norte-americana migrou para o território positivo, a despeito do que era visto lá fora.
Dois profissionais ouvidos pela Reuters afirmaram que investidores comprados no mercado futuro — o mais líquido e, no limite, o que determina os preços no segmento à vista — atuaram para sustentar as cotações, de olho na Ptax de fim de mês, a ser definida na quinta-feira.
A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).
“A volatilidade que a gente vê no Brasil é um pouco em função de interesses técnicos pela definição da Ptax. Será exacerbado amanhã (quinta-feira), mas hoje já houve uma disputa”, comentou Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital. “Se não fosse a Ptax, hoje era dólar para baixo.”
Neste cenário, o dólar à vista marcou a máxima do dia às 11h51, cotado a 4,8842 reais (+0,59%). Durante a tarde, a divisa se acomodou em níveis mais baixos.
No exterior, o dólar seguia em queda ante divisas fortes no fim da tarde e tinha sinais mistos ante as demais moedas.
Às 17:18 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– caía 0,38%, a 103,160.
Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de outubro.
Fonte: Reuters
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