As cotações nos contratos futuros do café no início da tarde desta sexta-feira (1º de setembro) seguiram com quedas para o arábica na Bolsa de Nova York (ICE Future US), enquanto na Bolsa de Londres houve reversão, com vencimentos do robusta esboçando reajustes positivos.
Segundo Eduardo Carvalhaes, analista de Mercado do Escritório Carvalhaes, é muito difícil saber o que aconteceu em um movimento de curto prazo como este, mas os problemas climáticos têm afetado muito a produção do robusta em todo o mundo, principalmente na Indonésia e Vietnã.
“No Brasil estamos terminando de colher a safra, que foi boa, mas não excepcional. Nossos embarques estão crescendo, mas com essa insegurança climática e com os estoques certificados na Bolsa de Londres sendo os menores desde 2016, os traders vão se posicionando no curto prazo e dando essa alta de hoje”, disse.
Leonardo Rossetti, analista de Inteligência de Mercado de Café da StoneX, explica que o café robusta recebeu alguns fundamentos que atuaram de maneira mais altista em função da preocupação com a oferta. “Ontem os dados da Indonésia mostraram que as exportações do país em julho caíram 10,3% em relação a julho de 2022. Isso contribui para evidenciar a quebra de safra na Indonésia”.
Além disso, Rossetti pontua que se observa que os preços no mercado físico do Vietnã têm avançado nesses últimos dias. O período de entressafra no país ainda gera uma oferta mais apertada nesse momento, e o mercado deve passar cada vez mais a estar atento aos efeitos do El Niño no Sudeste Asiático. Para setembro as previsões apontam para um clima bastante seco, o que preocupa pro início da próxima safra.
Já para Nova York, conforme diz Rossetti, o café arábica ainda passa por um cenário de expectativa de melhor oferta, com o café brasileiro elevando a disponibilidade nesses meses, e com as dúvidas em relação ao consumo do arábica, com sinais de queda, limitando maiores recuperações dos preços na bolsa.
Por volta das 12h52 (horário de Brasília), dezembro/23 tinha queda de 175 pontos, negociado por 152,75 cents/lbp, março/24 tinha queda de 150 pontos, valendo 154,15 cents/lbp, maio/24 tinha baixa de 150 pontos, negociado por 155,00 cents/lbp e julho/24 tinha recuo de 185 pontos, valendo 155,30 cents/lbp.
Na Bolsa de Londres, o tipo conilon teve aumento nos preços, revertendo as baixas da manhã. Novembro/23 tinha alta de US$ 6 por tonelada, negociado por US$ 2495, janeiro/24 subia US$ 4 por tonelada, valendo US$ 2390, março/24 tinha avanço de US$ 10 por tonelada, valendo US$ 2338 e maio/24 tinha valorização de US$ 5 por tonelada, cotado por US$ 2312.
Fonte: Notícias Agrícolas
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