No vasto mercado das ilusões políticas, poucos personagens são tão astutos quanto o Caixeiro-Viajante da Nação. Com sua maleta abarrotada de promessas reluzentes e soluções instantâneas e poucas impactantes, ele percorre o país como um vendedor experiente, oferecendo produtos milagrosos que, curiosamente, nunca chegam a funcionar como anunciado.
O Produto do Momento
A cada eleição, o Caixeiro-Viajante apresenta uma nova mercadoria irresistível. Ora é o “Elixir da Prosperidade Imediata”, ora a “Reforma Mágica que Cura Tudo”. Se o cliente – digo, eleitor – se mostra desconfiado, ele saca de sua pasta o infalível “Plano de Desenvolvimento Sustentável e Inovador”, sempre embalado em uma linguagem técnica o suficiente para parecer sério, mas vaga o bastante para não significar absolutamente nada.
A Arte da Persuasão
Com o sorriso treinado e a retórica impecável, o Caixeiro-Viajante promete entregar um futuro brilhante, desde que todos comprem sua fórmula mágica. Para convencer os mais céticos, ele recorre a truques clássicos do ofício: gráficos incompreensíveis, metáforas grandiosas e, claro, um vilão conveniente para culpar pelos fracassos do passado.
Caso o comprador relute, o vendedor apela para o “Desconto Eleitoral” – aquela medida populista que dura exatamente até a contagem dos votos. Depois, como todo bom comerciante de rua, ele some na poeira da estrada, deixando apenas um rastro de decepção e inflação.
O Atendimento Pós-Venda
Após a venda concretizada e os votos garantidos, o Caixeiro-Viajante se torna inacessível. Telefones ocupados, promessas esquecidas e uma nova viagem a ser feita, pois há sempre um novo mercado ávido por soluções fáceis. Quando a clientela finalmente percebe que foi enganada, ele já está em outra praça, com uma nova embalagem e um nome ligeiramente diferente, pronto para recomeçar o ciclo.
A Conclusão da Peça Publicitária
O Caixeiro-Viajante da Nação não precisa de produtos eficazes, basta que o brilho da embalagem dure até a eleição. No fim, a pergunta que fica é: quem é mais astuto, o vendedor de ilusões ou o consumidor que insiste em comprá-las?
Por: Alirio Junior/JNHOJE
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