Em um contexto onde cresce a demanda por alimentos e energia renovável, ou o mundo produz mais ou o mundo passa mais fome. E fica mais poluído. A consequência, todos sabemos, é fatal. Mas vamos à redundância. Safra recorde, safra histórica, a maior de todos os tempos.
Em se falando de Brasil, isso é tão óbvio quanto a dependência do planeta pela nossa proteína animal e vegetal. Porque temos muito o que avançar no agro, crescer e consolidar uma liderança na oferta baseada em tecnologia e produtividade. Bem como em área, na recuperação de pastagens degradadas.
Olhar para os Estados Unidos, país que nas décadas de 1980 e 1990 estabelecia um recorde atrás do outro, ajuda a entender a realidade de hoje do Brasil. Atualmente, o grande produtor e exportador mundial avança muito pouco em produtividade, pois já explora em plenitude sua tecnologia. E também não tem mais para onde crescer. A agricultura norte-americana está estagnada há anos em uma área em torno de 100 milhões de hectares.
Já aqui no Brasil, depois da revolução verde, vivemos agora uma revolução sustentável, que vai nos levar a novas e sucessivas marcas em produção.
“Prefiro falar principalmente sobre potencial, segurança e abastecimento alimentar” — Giovani Ferreira
E, aproveitando a semana da Abertura Nacional da Colheita de Soja, que será realizada nesta quinta-feira (9) em Santarém (PA), anote aí: em 2023, o Brasil deve colher quase 150 milhões de toneladas e soja e 120 milhões de milho. S
im, admito, tecnicamente é um recorde para o agro nacional. Mas prefiro falar principalmente sobre potencial, segurança e abastecimento alimentar, uma vocação natural que nos define como o país do agronegócio.
Crescimento da área do agro no Brasil
No Brasil, o país tropical de uma, duas e até três safras por ano, a área cultivada com grãos já soma quase 77 milhões de hectares. Somadas às áreas de cana-de-açúcar e café, que juntas ocupam outros 11 milhões de hectares, temos um total de 88 milhões de hectares. Por enquanto, abaixo da área plantada pelos norte-americanos, mas com um potencial singular de crescimento.
Se consideramos um potencial mínimo de recuperação e conversão de áreas de pastagens degradadas à agricultura, nas próximas décadas é possível imaginar a incorporação de 10 a 20 milhões de hectares voltados à produção de alimentos e energia no Brasil.
“Uma verdadeira revolução, silenciosa e sustentável do agronegócio brasileiro” — Giovani Ferreira
Estima-se que no Brasil existam 170 milhões de hectares de pastagens para um rebanho de 220 milhões de cabeças. Pecuária de alto custo, com baixa produtividade e rentabilidade em queda. O desafio aqui é melhorar a produtividade da pecuária, cercar esse gado, garantir alta performance na carne e abrir espaço para a agricultura. Que o diga o ILPF, o combinado de tecnologia e manejo chamado de integração lavoura, pecuária e floresta e que está transformando essa realidade.
Enfim, isso é só um pouco de uma verdadeira revolução, silenciosa e sustentável do agronegócio brasileiro. E atenção! Se você ainda não percebeu, isso já está acontecendo.
Fonte: Canal Rural
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