A Bahia se destaca como um estado promissor na produção de batata-doce com a participação de 68 cidades na Bahia na produção desse cultivo, aproveitando as condições climáticas favoráveis da região. Segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Alcobaça, que está situado no extremo sul do estado, lidera o ranking de produtividade, atingindo uma média de aproximadamente 13 mil quilos por hectare em 2022, e Teixeira de Freitas em segundo lugar, com uma produção de 11 mil quilos por hectare. Outras cidades como Maragogipe, Sátiro Dias, Várzea da Roça, Planalto, Contendas do Sincorá, Poções e Conceição do Almeida vêm em seguida, ocupando o ranking das 10 cidades que mais produzem a batata-doce no estado.
O secretário de agricultura de Alcobaça, Rubens Lene, diz que o município se destaca devido ao solo da região ser compatível com a batata, possuindo assim boa qualidade para a produção, além de disponibilidade de áreas de terra para o plantio.
Assis Pinheiro, diretor de Desenvolvimento Agrícola da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), reforça também que as condições climáticas são um dos principais fatores para uma boa produção de batata na Bahia.
“O cultivo de batata-doce em território baiano é realizado de forma bastante distribuída, tanto em termos de localização geográfica quanto de percentuais de volume e valor da comercialização, além de ser desenvolvido por produtores das diferentes escalas: pequenos, médios e grandes. É cultivada como anual e depende das condições ambientais para o seu período de desenvolvimento”, fala Assis Pinheiro.
O cultivo da batata-doce vem em crescimento nos últimos 10 anos, ganhando impulso pela adoção de tecnologias inovadoras. Assis Pinheiro destaca que a produtividade atual da cultura alcança níveis significativos em larga escala. Anteriormente, a batata-doce era cultivada principalmente por pequenos produtores, voltados para a agricultura familiar, mas com a introdução de novas tecnologias, pesquisas avançadas e o contínuo aumento do consumo desse tubérculo, observa-se uma transição. A produção deixou de ser exclusividade de pequenos agricultores familiares, expandindo-se para atender à crescente demanda e dinâmicas do mercado.
O produtor Antonio Neto Barbosa produz há 25 anos batata para a região de Irecê, sudoeste baiano, e diz que adquiriu a prática passada de geração da família. “É uma cultura ancestral cultivar batatas doces e mandioca, mas fiquei muito tempo sem cultivar devido à seca É uma produção de base agroecológica, com rotação de cultura e diversidade de espécies”.
O produtor observa que as principais variedades cultivadas na região incluem a batata branca e a batata-doce roxa. Barbosa notou que houve uma mudança no cenário local, impulsionada pelo aumento da procura por academias e uma crescente conscientização sobre uma alimentação mais saudável e orgânica. Esse movimento tem refletido não apenas no aumento da produção, mas também no crescimento do consumo desses produtos na região.
No extremo sul
Apesar da grande produção de batata no extremo Sul, com destaque em Alcobaça, o secretário da Agricultura de Alcobaça ainda diz que há dificuldades para a distância entre produtor e consumidor dos grandes centros. Para isso, Rubens Lene complementa que é preciso ir em busca de expandir a comercialização e também consolidar o mercado local.
A batata-doce é uma grande cultura para a região e impacta a economia local de forma positiva. De acordo com Rubens, são geradas várias rendas locais com a sua comercialização. “O impacto na economia local é de forma positiva, em que gera em torno de 400 empregos direto, movimentando também a economia com a geração de tributos para o município”.
Fonte: A tarde
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