De acordo com informações do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro), após quatro rodadas de negociação, a Petrobras teria encerrado os encontros sem avanços nas pautas de reivindicações. Por isso, a greve foi retomada.
O G1 entrou em contato com a Petrobras, que informou que, junto com o sindicato, definiu uma agenda de reuniões em comum acordo, iniciando no dia 26 de fevereiro e finalizando em 4 de março. Disse ainda que, no entanto, após a segunda reunião, em 1º de março, foi surpreendida com uma nova notificação de greve do Sindipetro. “Diante do retorno à greve, as demais reuniões foram canceladas, visto que o sindicato se retirou da mesa de negociação”, diz a nota.
A Petrobras ainda afirmou que acordou com os sindicatos, há cerca de cinco meses, o Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2022, no qual foram contemplados importantes pleitos dos empregados. “A Companhia e os sindicatos celebraram, também, em dezembro de 2020, Acordo de PLR para os anos de 2021/2022. Os acordos vêm sendo integralmente cumpridos”.
Disse ainda que continua aberta ao diálogo com as entidades sindicais. “Uma agenda de reuniões vinha sendo realizada com os sindicatos e só foram suspensas após a companhia ser notificada de greve e representantes sindicais abandonarem as negociações”.
O Sindipetro afirmou que cerca de 2,6 mil trabalhadores da Refinaria Landulpho (RLAM), em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, aderem ao movimento. Desses, sendo 900 são concursados e 1.700 terceirizados. Parte desses trabalhadores está concentrada, nesta manhã, em frente à sede da RLAM.
Segundo o sindicato, as reivindicações da categoria são:
implementação de uma política efetiva de combate ao assédio moral nas unidades da Petrobras;
incorporação dos trabalhadores concursados da Petrobras Biocombustíveis (PBIO) à Petrobras, caso a Usina de Biocombustíveis de Candeias seja realmente vendida;
fim das dobras de turno e das prorrogações de jornada;
revisão da política do efetivo mínimo do O&M (Organização e Método) nos diversos setores da estatal, em especial na RLAM;
Implantação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico da jornada de 12 horas diárias;
iniciar discussão e tratamento para a situação das empresas contratadas, em especial dos contratos de trabalhos e direitos dos empregados terceirizados;
apresentação, pela Petrobras, do passivo ambiental, dos acidentes de trabalho (tudo que envolva agentes de riscos aos trabalhadores, seus compromissos de pagamentos e de seus sucessores);
que a Petrobras envie ao Sindipetro Bahia a cópia do contrato de venda da Refinaria Landulpho Alves para o fundo Árabe Mubadala ou apresente e coloque em discussão o cronograma de transição da operação da unidade, os prazos de transferências de trabalhadores, seus critérios e prioridades, além das regras que utilizará para indenizar as transferências desses trabalhadores;
garantia da permanência dos postos de trabalho dos trabalhadores próprios e terceirizados e também de que não haverá redução salarial, retirada de direitos, de benefícios e vantagens.
A Refinaria Landulpho Alves foi vendida por US$ 1,65 bilhão ao grupo Mubadala Capital, de Abu Dhabi, no dia 8 de fevereiro.
A unidade é a primeira refinaria nacional de petróleo, criada em setembro de 1950 e teve origem impulsionada pela descoberta do petróleo no estado baiano. A operação da RLAM possibilitou o desenvolvimento do primeiro complexo petroquímico do país, o de Camaçari.
A Rlam tem 26 unidades de processamento, e 201 tanques de armazenamento. Ela refina mais de 30 tipos de produtos, entre eles gasolina, diesel, lubrificantes, querosene de aviação, entre outros.
A Refinaria Landulpho Alves é a única produtora nacional de uma parafina alimentícia usada na fabricação de chocolates e chicletes, a chamada food grade.
Fonte: G1
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