O Ministério da Economia informou nesta quinta-feira (3) que a balança comercial registrou superávit de US$ 4,049 bilhões em fevereiro deste ano.
O resultado é de superávit quanto as exportações superam as importações. Quando acontece o contrário, isto é, as importações superam as vendas externas, o resultado é deficitário.
Ao todo, segundo o governo:
- as exportações somaram US$ 22,913 bilhões;
- as importações somaram US$ 18,863 bilhões.
De acordo com o Ministério da Economia, esse foi o maior saldo comercial, para meses de fevereiro, desde 2017. Portanto, foi o melhor saldo para o mês de fevereiro em cinco anos. A série histórica tem início em 1989.
Primeiro bimestre
Na parcial do primeiro bimestre deste ano, segundo dados oficiais, o saldo comercial positivo somou US$ 3,835 bilhões. Isso representa um aumento de 137% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o superávit somou US$ 1,616 bilhão.
Nos dois primeiros meses do ano, as vendas externas somaram US$ 42,548 bilhões, com aumento de 29% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já as compras do exterior totalizaram US$ 38,713 bilhões, com crescimento de 23,8%.
Exportações e importações
De acordo com o governo, as exportações, pela média diária, registraram alta de 32,6% em fevereiro na comparação com o mesmo período do ano passado. Já as compras do exterior avançaram 22,9% nesta comparação.
No caso das exportações, houve aumento de 114,2% nas vendas da agropecuária, alta de 3,7% da indústria extrativa e aumento de 29% da indústria de transformação em fevereiro.
Os principais destinos das exportações em fevereiro são:
- China, Hong Kong e Macau (+11,5%, para US$ 6,03 bilhões);
- União Europeia (+50,1%, para US$ 3,51 bilhões);
- Estados Unidos (+34,4%, para US$ 2,49 bilhões);
- Argentina (+30,4%, para US$ 1,04 bilhão).
As importações, por sua vez, tiveram queda no setor agropecuário (-2,7%), aumento de 142,3% nas aquisições da indústria extrativa e crescimento de 17% nas compras do exterior da indústria de transformação em janeiro.
Guerra na Ucrânia
O resultado de fevereiro da balança comercial ainda registra impacto pequeno da guerra na Ucrânia. As hostilidades da Rússia tiveram início na quinta-feira (24) quando o presidente do país, Vladimir Putin, autorizou o início dos bombardeios. A guerra, portanto, abrangeu apenas dois dias úteis do mês passado.
O principal receio é de que as tensões na Europa gerem problemas para a compra de fertilizantes, ferramenta usada pelos agricultores para aumentar a produtividade do sol.
Fontes graduadas do governo brasileiro foram informadas nesta semana que a venda do produto, de Belarus ao Brasil, foi interrompida. O país fornece 6,1% do produto utilizado pelo agronegócio brasileiro. O principal fornecedor do produto para o Brasil é a Rússia, com mais de 20%.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta quarta-feira que não há risco de desabastecimento de fertilizantes para a safra atual brasileira e que busca alternativas para a safra que se iniciará em setembro.
Segundo ela, o ministério estuda três alternativas: diversificar a importação; utilizar menos fertilizantes — a intenção é contar com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para ir a campo e ensinar aos produtores métodos de produção com menor uso de fertilizantes; e agilizar o fluxo de entrada dos fertilizantes nos portos.
Em 2021, o Brasil vendeu US$ 1,6 bilhão em produtos para os russos. Entre os principais produtos exportados exportados do Brasil para a Rússia, estão:
- soja, mesmo triturada – US$ 343,3 milhões, 0,89% do total exportado;
- carnes e miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas, das aves da posição –US$ 167,2 milhões, 2,40% do total exportado;
- café, mesmo torrado ou descafeinado; cascas e películas de café; sucedâneos do café contendo café em qualquer proporção – US$ 132,8 milhões, 2,28% do total exportado.
Para a Ucrânia, foram exportados US$ 227 milhões no último ano. Veja os principais produtos:
- amendoins não torrados nem de outro modo cozidos, mesmo descascados ou triturados – US$ 29,2 milhões, 8,83% do total exportado;
- açúcares de cana ou de beterraba e sacarose quimicamente pura, no estado sólido – US$ 25,2 milhões, 0,27% do total exportado;
- minérios de alumínio e seus concentrados – US$ 24,5 milhões, 13,30% do total exportado;
Fonte: G1
Comente esta matéria