Dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) sobre o Registro Brasileiro De Transplantes (RBT), mostram que, no primeiro semestre de 2023, foram realizados 208 transplantes de coração — o terceiro órgão mais transplantado, atrás de rim (2.847) e fígado (1.103) — no Brasil.
De acordo com Fernando Atik, membro da diretoria da ABTO, durante a pandemia, houve uma queda de 25% nas doações, mas as projeções de doações de 2023 mostram que o ano pode registrar o maior número de transplantes na história.
“Esse ano pode ser um ano histórico para as doações de órgãos e nos transplantes no Brasil”, afirma.
O aumento do transplante de órgãos é puxado por rim, fígado e coração. Os dados mostram que o ano pode registrar dois transplantes de coração para cada milhão de pessoas, o maior valor já registrado para o órgão no Brasil. Em números absolutos, devem ser cerca de 416 corações transplantados, total que deve incluir o novo coração de Fausto Silva, transplantado no domingo (27).
A nível de comparação, o maior número de transplantes cardíaco já registrado em um ano foi 380, em 2017 e 2019.
Entre janeiro e junho deste ano, o Brasil registrou 6.793 potenciais doadores e 1.930 doadores efetivos, doador que passou por todos os testes de confirmação de morte encefálica, elegibilidade de doação (testes imunológicos e sorológicos) e tem autorização familiar.
Apesar da queda registrada na pandemia, há tendência de interesse nas doações. Em 2022, foram contabilizados 3.528 doadores efetivos, número superior aos dois anos anteriores, mas ainda abaixo do registrado em 2019, antes da pandemia.
Atualmente, existem 303 pessoas na fila do coração, dessas 59 são crianças — e 57.337 esperam algum órgão no geral.
“Doar seus órgãos pode salvar muitas vidas que não teriam outra chance sem o transplante. Não há maior ato de amor ao próximo e de solidariedade humana que salvar a vida de um desconhecido”, afirma Atik à CNN.
O estado de São Paulo, onde Faustão foi transplantado, lidera o número de transplantes nestes seis primeiros meses, com 64 novos corações transplantados. O estado também tem a maior lista de espera para o órgão, 208 pacientes ativos em 2023.
Comparando-se as taxas de doação por região em 2019 (pré-pandemia) com as deste semestre, houve crescimento de cerca de 7% no Sudeste (7,1%). Também foi visto um aumento no Centro-Oeste (14%) e, principalmente, no Norte (57%). Em Rondônia, as doações subiram 122%, mesmo com as atividades de transplante paralisadas.
Fonte: CNN
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