A colheita do milho segunda safra do centro-sul do Brasil está à frente da média histórica para o período, tendo alcançado 3% da área cultivada em 2021/22 até a última quinta-feira, apesar de chuvas que dificultam os trabalhos no Sul, disse a consultoria AgRural.
Algumas áreas do centro-sul, como o Paraná, devem receber mais precipitações nesta semana, o que será observado pelo mercado, que conta com a oferta da chamada “safrinha” tanto para recompor os estoques nacionais como para as exportações.
“Com as temperaturas mais baixas na semana passada no Paraná e registro de chuvas, isso dificultou a perda de umidade. Se não fosse isso, a colheita já estaria um pouco mais avançada no oeste”, afirmou o analista Adriano Gomes, da AgRural.
A colheita avançou 1,8 ponto percentual na comparação com a semana anterior, enquanto no mesmo período do ano passado havia atingido apenas 0,2% da área.
A média de cinco anos para o período é de 2,6% da área do centro-sul.
Os trabalhos seguem concentrados em Mato Grosso e no Paraná, os principais Estados produtores do Brasil.
“Os mapas (meteorológicos) mostram possibilidade de chuvas para o Paraná e Mato Grosso do Sul nos próximos dias, isso pode dificultar (a perda de umidade do) milho já pronto para colher no oeste do Paraná”, disse.
Para o Mato Grosso, maior produtor nacional, a previsão é de tempo mais firme no médio-norte, região que tem mais áreas adiantadas na colheita.
“Então, se o tempo firme se confirmar, deve favorecer esse início da colheita (em Mato Grosso)”, destacou.
Na última sexta-feira, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) informou que a colheita de milho do Estado havia atingido 5,98% da área até sexta-feira, avanço semanal de 3,61 pontos percentuais que deixou o ritmo bem à frente da média para a época (0,58% da área).
O milho, semeado em sua grande maioria na segunda safra do Brasil, teve um calendário de plantio favorável, facilitado por trabalhos também antecipados da soja.
A AgRural afirmou que a produção de milho “safrinha” está estimada em 86,3 milhões de toneladas, e que uma nova revisão será divulgada ainda na primeira quinzena de junho.
Fonte: Reuters
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