A menos de uma semana do fim do prazo da vacinação contra a gripe, que termina nesta quarta-feira (31), a adesão da população ao imunizante está em menos de 40%. A meta anunciada pelo Ministério da Saúde no início da campanha era de alcançar pelo menos 90% de cobertura vacinal entre os grupos prioritários.
Em entrevista à CNN neste sábado (27), o infectologista Renato Kfouri alertou para o perigo do cenário de baixa adesão com a proximidade do período de inverno. “O frio aumenta a transmissão e multiplicação do vírus, as pessoas ficam em ambientes mais fechados, gerando condições para maior circulação desse vírus, e consequentemente mais casos”, disse.
Segundo o especialista, a explicação para a baixa adesão da vacina da gripe se assemelha a situação vivida com a Covid-19, em que menos pessoas passaram a buscar a imunização em função da percepção de que a pandemia acabou. Porém, o boletim da Fiocruz mostra que a Covid-19 ainda é a principal causa de hospitalização em adultos por doença respiratória.
“Nós temos uma circulação de três vírus praticamente simultâneas no país: o vírus da gripe, da Covid-19 e vírus sincicial respiratório, que atinge mais as crianças. Então, vacinar contra gripe e a Covid-19 é proteger boa parte desses casos que estão sendo internados”, ressaltou o infectologista.
Renato Kfouri ainda reforçou a importância da vacinação anual contra a gripe de grupos prioritários. “70% dos óbitos e casos graves de quem sofre de gripe acontece nesses grupos que são os mais prioritários para tomar a vacina, sendo os idosos, gestantes, crianças e indivíduos com comorbidades. Esses não podem deixar de se vacinar”.
“Ainda mais agora que a vacinação está aberta para toda a população, todos devem se vacinar, mas faço questão de frisar esses grupos que normalmente são os que tem a muitos anos, de forma muito constante, sofrido com as formas mais graves da doença”, completou.
A vacina é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A campanha nacional de vacinação contra a gripe começou no dia 10 de abril.
A composição da vacina muda a cada ano, conforme as cepas do vírus que mais circulam no momento, informadas nas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Como o vírus influenza sofre constantes mutações, é importante tomar a vacina atualizada todos os anos para manter a proteção.
Fonte: CNN
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