O dólar opera em alta nesta sexta-feira (22), na esteira de declarações dadas no dia anterior pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que se mostrou favorável a uma aceleração no ritmo de alta de juros, e os mercados agora repercutem o viés mais duro do BC dos EUA.
Às 10h14, a moeda norte-americana subia 1,89%, cotada a R$ 5,7065. Veja mais cotações. Na máxima, bateu R$ 5,7120.
Na quarta-feira, véspera do feriado, o dólar fechou em queda de 1,03%, cotado a R$ 4,6194. Foi o segundo menor valor da moeda em dois anos. A queda percentual também foi a mais intensa desde 4 de abril, quando a cotação recuou 1,27%.
Com o resultado, a moeda passou a acumular baixa de 2,94% na parcial do mês. No ano, tem queda de 17,14% frente ao real.
O que está mexendo com os mercados?
No exterior, os mercados seguem pautados pelas renovadas apostas de juros mais altos nos Estados Unidos, em meio à inflação em disparada e de um menor crescimento da economia global.
Um aumento de 0,50 ponto percentual na taxa de juros estará “na mesa”, quando o Federal Reserve se reunir em 3 e 4 de maio para aprovar a próxima de o que se espera que seja uma série de altas de juros neste ano, disse o presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, em comentários que apontavam para um conjunto agressivo de ações do Fed.
Com a inflação atingindo cerca de três vezes a meta de 2% do Fed, “é apropriado avançar um pouco mais rapidamente”, disse Powell.
“Realmente estamos comprometidos em usar nossas ferramentas para recuperar a inflação”, disse Powell, reconhecendo que a esperança de diminuição da inflação durante a reabertura da pandemia foi equivocada, a ponto de o Fed não contar mais com a ajuda da melhora das cadeias de suprimentos globais. “Não vamos contar com a ajuda da cura do lado da oferta. Vamos aumentar as taxas e chegar rapidamente a níveis mais neutros, e depois mais alto, se necessário”.
Juros mais altos nos EUA tornam a moeda norte-americana mais interessante para investidores que buscam rendimento maiores.
No campo doméstico, o cenário fiscal voltou para os holofotes, com as discussões sobre o modelo de reajuste para o funcionalismo afetando os negócios. Diante da pressão de algumas carreiras após insatisfação com o reajuste proposto de 5%, o Executivo sinalizou a possibilidade de novas mudanças em sua proposta.
Os investidores seguem de olho também nos próximos passos do Banco Central, depois que o resultado de março do IPCA veio acima do esperado e colocou em xeque a perspectiva de encerramento do ciclo de aperto monetário em maio, aumentando as apostas de que a taxa básica de juros (Selic) poderá ser elevada em 2022 para além de 13% ao ano.
Fonte: G1
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