As vendas do varejo baiano se mantêm estável em 0,1% no mês de julho de 2023 frente ao mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal. Com a taxa de 0,7%, o cenário nacional seguiu no mesmo sentido, apresentando-se um pouco acima da estabilidade. Em relação a igual mês do ano anterior, as vendas na Bahia cresceram 10,3%, sendo o nono consecutivo e quarto melhor resultado do país, enquanto no Brasil o avanço foi de 2,4%. Nos sete meses, as variações também foram positivas em 4,6% e 1,5%, tanto no âmbito estadual como no federal. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – realizada em âmbito nacional – e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.
Em julho/23, a expansão nos negócios se deve ao incremento das rendas, resultado do reajuste do salário mínimo, o Bolsa Família mais elevado, a isenção do imposto de renda da pessoa física e entrada em vigor do programa Desenrola Brasil, bem como a pressão atenuada dos preços e ao efeito base, uma vez que em igual período de 2022 as vendas recuaram -10,4%. Outros aspectos que podem ser ressaltados é a expectativa de redução na taxa de juros, e a melhoria no mercado de trabalho. De acordo com os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) e divulgados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), no mês de julho de 2023, a Bahia gerou 5.180 postos de trabalho com carteira assinada.
Análise de desempenho do varejo por ramo de atividade
Por atividade, em julho de 2023, os dados do comércio varejista do estado baiano, quando comparados aos de julho de 2022, revelam que cinco dos oito segmentos que compõem o indicador do volume de vendas registraram comportamento positivo. O crescimento nas vendas foi verificado nos segmentos de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (209,8%), Combustíveis e lubrificantes (15,9%), Móveis e eletrodomésticos (11,5%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (8,2%), e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,7%). Os demais segmentos apresentaram comportamento negativo, são eles: Tecidos, vestuário e calçados (-0,2%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,9%), e Livros, jornais, revistas e papelaria (-17,1%). No que diz respeito aos subgrupos, verificam-se que as vendas de Eletrodomésticos, Móveis e Hipermercados e supermercados cresceram 17,1%, 5,7% e 3,5%, respectivamente.
Na série sem ajuste sazonal, o segmento de Combustíveis e lubrificantes, Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registraram as maiores influências positivas para o setor. O comportamento do primeiro é atribuído ao efeito base, dado que em igual mês do ano passado o volume de vendas foi negativo em 4,8%.
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação registrou nesse mês elevado crescimento. As suas vendas têm registrado comportamentos oscilante dado à influência da volatilidade do dólar.
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, segmento de maior peso para o indicador de volume de vendas do comércio varejista, voltam a expandir as suas vendas. Esse comportamento é justificado pela deflação nos preços. De acordo com os dados do IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou nos meses de junho e julho de 2023, para o grupo Alimentos e bebidas taxas de -0,67% e -1,20%, respectivamente, na RM Salvador.
Por outro lado, a influência negativa para o setor veio do comportamento de Outros artigos de uso pessoal e doméstico e Livros, jornais, revistas e papelaria. A ampliação do consumo para os bens comercializado por esses setores se mostraram desfavoráveis, dado a pressão dos preços para os bens comercializados por essas atividades.
Comportamento do comércio varejista ampliado
O comércio varejista ampliado denominado de Atacado Selecionado e Outros e que inclui o varejo restrito e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças, Material de construção, e Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou expansão de 28,6% nas vendas, em relação à igual mês do ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação foi positiva em 2,4%.
O segmento Veículos, motos, partes e peças registrou crescimento de 8,2% nas vendas em relação à igual mês do ano anterior. Nesse mês, as vendas no segmento voltam a crescer impulsionadas pelo programa de barateamento de carro zero, alívio na inflação e expectativa de queda na taxa de juros. Para a análise dos últimos 12 meses a taxa foi negativa em -15,2%.
Em relação a Material de construção, a expansão nos negócios foi de 11,4% na comparação com o mesmo mês de 2022. Em julho, a atividade volta a aquecer, dado ao aumento incremento das transferências de renda como reajuste do salário mínimo e o Bolsa Família mais elevado. Para o acumulado dos últimos 12 meses a retração foi de -1,4%.
Quanto ao segmento de Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo foi registrado crescimento de 106,8%, influenciado pela deflação nos preços dos alimentos. Desde janeiro/23, mês em que a pesquisa passou a analisar o comportamento dessa atividade foram observados expressivos crescimentos, o que revela a preferência dos consumidores em adquirir produtos no atacado, dado o diferencial no preço em relação ao varejo, acumulando nos primeiros sete meses a taxa de 54,3%.
Fonte: Ascom/SEI
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