O Grupo BBF – Brasil BioFuels é o maior produtor de óleo de palma da América Latina. A empresa é pioneira na criação de soluções sustentáveis para a geração de energia renovável nos sistemas isolados, com usinas termelétricas movidas a biocombustíveis produzidos na região. Sua atividade agrícola recupera áreas que foram degradadas até 2007 na Amazônia, seguindo o Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo (ZAE).
A BBF criou um modelo de negócio integrado em que atua do início ao fim da cadeia de valor — desde o cultivo sustentável da palma de óleo, extração do óleo bruto, produção de bicombustíveis, biotecnologia e geração de energia renovável — com ativos totalizando cerca de R$ 2,2 bilhões e atividades gerando quase 7 mil empregos diretos na região Norte do Brasil. As operações da BBF estão situadas nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima e Pará, compreendendo 38 usinas termelétricas (25 em operação e 13 em implementação), três unidades de esmagamento de palma de óleo, uma extrusora de soja e uma indústria de biodiesel. Além disso, a empresa está expandindo sua oferta de biocombustíveis e firmou parcerias para produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e de Óleo Vegetal Hidrotratado (HVO), também chamado de diesel verde. Os novos combustíveis sustentáveis serão produzidos a partir de 2026 na primeira biorrefinaria do país, em fase de construção na Zona Franca de Manaus.
Mas os negócios não param por aí. Agora, o Grupo anuncia que irá inaugurar o conceito de Sistema Agroflorestal em suas operações nos estados do Pará e Roraima. O projeto envolve o cultivo consorciado da palma de óleo com cacau e açaí. O objetivo é a recuperação de áreas degradadas (RAD) na região amazônica a partir do cultivo de espécies nativas e a captura de carbono da atmosfera.
Projeto começa ainda em 2023
O cultivo do cacau e do açaí deve começar ainda em 2023, com cerca de mil hectares no Estado do Pará. Ao todo, 30 mil hectares devem ser plantados com as frutas nativas da Amazônia pela empresa, que projeta chegar em 2030 como detentora da maior produção individual de cacau do mundo. A companhia investe em tecnologia de ponta e planejamento para alcançar esse objetivo, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico e a preservação ambiental das regiões onde atua. “O plantio da palma de óleo segue uma das legislações ambientais mais severas do mundo, o Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo, que permite que essa planta seja cultivada em áreas degradadas até dezembro de 2007. Vamos usar o cacau e o açaí, que são duas espécies nativas da região, nas áreas em que a palma não pode ser cultivada, o que permitirá a aceleração na recuperação das áreas degradadas, além da captura e estoque do carbono”, explica o CEO do Grupo BBF, Milton Steagall.
Geração de emprego
Assim como a palma de óleo, o cultivo do cacau e o açaí não pode ser mecanizado — o que significa que a empresa irá gerar milhares de novos empregos no campo, seguindo seu modelo de cultivo sustentável que acelera a recuperação do bioma amazônico. As práticas ESG, que já acompanham o trabalho do Grupo BBF desde o princípio, seguem presentes na nova empreitada. O Grupo BBF está trabalhando em conjunto com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para levar o cultivo do cacau a novos patamares de excelência. A CEPLAC possui o maior banco genético de cacau do mundo e, com isso, a empresa poderá realizar pesquisas e experimentos que permitirão a produção de cacau de alta qualidade e resistente a doenças e pragas.
Análise
Em 2022, um estudo da Embrapa e instituições parceiras revelou que a expansão sustentável do cacau tem sido benéfica para a Amazônia, integrando geração de emprego e renda à preservação da floresta. O Pará já é, hoje, o maior produtor nacional do fruto, com um rendimento superior a 50% do total movimentado no país. Vale ressaltar que 70% do cultivo é feito em áreas degradadas, em sua maioria por agricultores familiares e sistemas agroflorestais. O resultado é a recuperação dessas áreas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil produziu 270 mil toneladas de amêndoas de cacau em 2020/2021. Na região Norte, essa produção ficou em 150 mil, sendo o Pará responsável por 96% do total regional. O estado nortista é maior produtor nacional desse fruto, com 1,8 bilhão dos cerca de 3,5 bilhões movimentados no país em 2020.
A região Norte do país também concentra a maior parte da produção de açaí, com Pará e Amazonas respondendo por 87,5% do total. O estado do Pará é o maior produtor mundial de açaí — tendo dobrado sua produção nos últimos dez anos — e o maior exportador brasileiro, seguido do Amazonas. E ainda de acordo com a Embrapa, o consumo de açaí aumenta 15% a cada ano, com destaque para a região Sudeste. Já no mercado externo, os maiores consumidores do açaí brasileiro são os Estados Unidos e Japão.
Fonte: Jovem Pan
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