O preço dos ingredientes para o preparo dos principais pratos de festa junina no Brasil aumentou 11,41% nos últimos 12 meses. No mesmo período, o IPC-S — que mede a inflação ao consumidor de modo geral — desacelerou, registrando aumento de 3,25%.
Os dados são de um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), que considerou 27 itens alimentícios da cesta do índice de Preços ao Consumidor (IPC).
O fubá de milho é o produto que registrou alta mais expressiva, de 42,48% em 12 meses. O preço dos ovos, farinha de trigo e leite também subiu, respectivamente, 29,79%, 17,33% e 13,21%.
O açúcar refinado, um dos principais ingredientes para as receitas do arraial, registrou queda no período (-2,16%).
Além dele, o único outro produto a sofrer redução de preço foi a batata inglesa, que recuou 18,93% nos últimos 12 meses. Apesar do alívio, o produto acumula alta de 71,35% nos últimos 12 meses.
“A inflação está desacelerando esse ano, principalmente devido ao grupo alimentos, mas essa desaceleração está um pouco mais tímida que o esperado, inclusive, no caso dos itens juninos. 70% da cesta acelerou, na contramão da tendência”, explica aponta Matheus Peçanha, economista do FGV IBRE.
Segundo o especialista, apesar de os preços das commodities agrícolas estarem em queda, alguns problemas sazonais em culturas específicas estão atrasando essa redução nos preços. É o caso do milho e do leite, por exemplo, que iniciam uma safra no inverno, que começa na próxima semana.
“Mas todo esse efeito deve ser temporário, e as perspectivas para 2023 ainda são boas, como já indicam, por exemplo, as últimas leituras do preço do milho”, argumenta Peçanha.
Outros itens que subiram acima da média foram: farinha de mandioca (38,75%), milho em conserva (34,59%), milho de pipoca (34,15%), batata-doce (32,11%), leite condensado (27,82%), queijo minas (21,65%), leite de coco (15,80%), maçã (14,61%), aipim/mandioca (14,21%) e bolo pronto (13,29%).
“Muitos desses produtos não têm substituto para quem quer seguir a receita tradicional, então a principal dica para driblar o impacto no bolso é pesquisar preços, dar preferência a marcas menos conhecidas de qualidade semelhante ou reunir um grupo maior e comprar em ‘atacarejos’, para conseguir descontos maiores”, orienta o especialista.
Fonte: CNN
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