O mercado de algodão continua cauteloso em suas apostas de alta para 2023 por conta das indicações de acomodação na demanda.
A projeção é do analista e consultor de Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach.
Segundo ele, a desaceleração da economia mundial afeta diretamente o setor têxtil global, muito sensível a sinais de flutuação na renda, e desencadeia uma maior lentidão no ritmo dos negócios com algodão.
As indicações do último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)ecoaram também no ICAC (sigla em inglês para Conselho Consultivo Internacional de Algodão), que projeta consumo mundial de algodão em 23,84 milhões de toneladas na temporada 2022/23. Isso corresponde a um corte de 7% em comparação a temporada anterior. Já a produção deve crescer 0,5% e totalizar 25,09 milhões de toneladas.
Assim, o ICAC projeta um superávit global na produção de algodão de 1,25 milhão de toneladas na temporada 2022/23, que iniciou no último mês de agosto e vai até julho do próximo ano. As exportações devem girar em torno de 9,4 milhões de toneladas, recuo de 4% em relação ao ciclo anterior.
A maior folga na oferta repercute em estoques, 6% mais altos, somando 21,04 milhões de toneladas. “Uma leitura fundamental que reafirma a acomodação negativa na curva de preços”, destaca Barabach.
O produtor aposta na entressafra e na pouca disponibilidade física, diante do elevado fluxo externo na temporada 2022/23, e segura parte das suas vendas para o 1o semestre do próximo ano.
A flexibilização das restrições contra a covid-19 na China deve trazer mais oxigênio a economia e, com isso, favorecer o mercado de commodities. É bom ressaltar que o país asiático é o mais importante parceiro comercial do Brasil.
Fonte: Canal Rural
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