Era uma vez, em uma terra não tão distante, um governo que marchava firme… para trás. A cada discurso forçado, a cada medida estapafúrdia, ficava claro: ali não havia projeto de gestão, apenas um grande plano de autopreservação — da imagem, do ego e do poder. A governança, essa coitada, foi deixada amarrada num canto, servindo de cenário para queima de fogos, lives, selfies e declarações “históricas” com a profundidade de um pires.
Mas um governo desgovernado não se sustenta sozinho. Ele precisa de combustível. E quem melhor para isso do que os bajuladores e improdutivos — essa nobre casta que não produz ideias, mas consome orçamentos com a gula de um marajá faminto, não é mesmo?
Esses personagens não entram para mudar o cotidiano e nem tão pouco a realidade da comunidade, mas para garantir a própria sinecura. São especialistas em nada e doutores em concordar com tudo. Se o governante resolver plantar bananeira diante da imprensa e declarar guerra à gravidade, lá estarão eles, batendo palmas com os pés (porque as mãos estarão ocupadas segurando o microfone do líder supremo).
Nos bastidores do poder, o raciocínio é simples: competência ameaça, bajulação garante cargo. Quem trabalha é “trouxa”, quem critica é “inimigo do povo”. E assim se constrói a máquina pública: movida a elogios vazios e reuniões improdutivas, onde se discute muito e se resolve nada — mas sempre com um buffet requintado, porque governar dá fome (pelo menos no banquete do erário).
O povo, claro, observa tudo com aquele misto de incredulidade e fadiga cívica. Afinal, como esperar progresso de um governo onde o mérito é um intruso e a mediocridade tem assento cativo? Onde o assessor que mais aparece é o que sabe dizer “excelente ideia, senhor” antes mesmo da ideia surgir? Mas calma! mesmo com tamanha bajulação e incapacidade de produzir, ainda há um pqueno percentual que segue amarrado pelo sistema, para aqui não generalizar.
Enquanto isso, problemas reais — como educação, saúde, segurança e economia — seguem empilhando-se como papelada ignorada em gabinete. Mas há prioridades: a imagem do líder deve ser preservada, como um busto de cera em museu, mesmo que a realidade derreta em volta.
E assim, nesse espetáculo tragicômico, o desgoverno segue em frente, guiado por um GPS que recalcula a rota para o abismo, a cada bajulador promovido e a cada voz sensata silenciada.
Porque, como já diria algum filósofo esquecido (ou talvez um motorista de aplicativo): um governo que só ouve os que aplaudem, logo se torna surdo para quem realmente importa.
E o município? Ah, o município segue. Capenga, desiludido… e pagando a conta.
Por: Alirio Junior/JNHOJE
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