Vivemos em tempos onde a esperança e a desesperança se entrelaçam, formando uma teia frágil e instável que sustenta nossas expectativas quanto ao futuro. A luz – simbologia universal de clareza, sabedoria e justiça – tem sido constantemente invocada em discursos e análises, mas sua presença plena é frequentemente obscurecida por uma realidade marcada por brutalidade, falta de bom senso e comunicação ineficaz.
A brutalidade, sob diversas formas, persiste como uma sombra sobre as estruturas sociais e políticas. Ela não é apenas física, mas também simbólica e institucional, manifestando-se em decisões impensadas, discursos que promovem divisões e na insensibilidade diante das necessidades alheias. Em cenários como este, é difícil enxergar a luz da justiça e da humanidade.
A falta de bom senso, por sua vez, amplifica o caos. Decisões tomadas sem reflexão aprofundada, ignorando o impacto coletivo e os sinais claros da realidade, contribuem para a perpetuação de problemas que poderiam ser mitigados ou resolvidos. O bom senso, que deveria atuar como guia para escolhas equilibradas, parece ser um recurso escasso em muitos contextos de poder e influência.
E o que dizer da comunicação? Em um mundo hiperconectado, paradoxalmente nos vemos mergulhados em mal-entendidos e desinformação. Falta diálogo genuíno, aquele que vai além das superficialidades e confronta os problemas reais com honestidade e disposição para escutar. Sem comunicação eficaz, é como tentar iluminar um quarto escuro com uma lâmpada que não foi ligada.
Entretanto, a possibilidade da luz brilhar não é uma utopia inalcançável. Ela demanda esforço, comprometimento e coragem para romper os ciclos viciosos que nos mantêm presos na escuridão. Requer como um todo, resgate de valores essenciais como empatia, responsabilidade coletiva e a busca por soluções justas e sustentáveis.
Mas a questão permanece: o sistema continuará a dar os passos necessários para acender essa luz? Ou continuarão sucumbindo à brutalidade, à falta de bom senso e ao silêncio que ecoa na falta de comunicação verdadeira? O futuro – como sempre – é incerto, mas é também um convite à transformação.
Eita Lelê…
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Por Alírio Júnior/JNHOJE
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