A pandemia do coronavírus desencadeou uma série de transtornos para diversas atividades econômicas por todo o mundo, mas o agro brasileiro vem superando as limitações e dificuldades do atual momento e se apresenta como o setor mais preparado para ajudar o país na retomada da economia.
Em março de 2020, as pessoas correram aos supermercados para comprar e estocar comida, temendo por um possível desabastecimento. A escassez de alimentos não aconteceu, pois o agro brasileiro manteve sua oferta de grãos, hortaliças, frutas, ovos, leite e carne no mercado interno, intensificou embarques de commodities e chegou ao final do ano com números impressionantes para uma crise mundial.
A saúde da população e a economia do país nunca dependeram tanto do trabalho do produtor rural. Pecuaristas, produtores de grãos, piscicultores, hortifrutigranjeiros e todos os responsáveis por colocar comida na mesa dos brasileiros, para garantir a segurança alimentar da população e manter o superávit da balança comercial.
Foi necessário criatividade e inovação para enfrentar as dificuldades impostas pela pandemia, que afetou o agronegócio tanto em sua oferta quanto na demanda, bem como seus custos e receitas.
Mas como crises e oportunidades caminham juntas, esse foi o momento para uma série de restruturações e aperfeiçoamentos que vieram para agregar mais qualidade e eficiência aos processos produtivos.
E para você, produtor rural, que esteve presente no campo vivenciando esse momento, é hora de conferir as tendências para o agro brasileiro pós-pandemia.
Tecnologia no campo
O uso da tecnologia no campo permite o aumento da produtividade e redução dos custos, além de poder ser usada de forma preventiva, auxiliando na preparação dos produtores rurais para enfrentar futuras crises.
O sistema de análise e ciência de dados, por exemplo, permite visualizar em tempo real as informações sobre as safras e seus consequentes impactos sobre cada oferta. Isso permite ao produtor estudar a melhor estratégia de acordo com o comportamento do mercado.
A agricultura de precisão, realizada por monitoramento via satélite, sensoriamento remoto e georreferenciamento, possibilita monitorar a produção agrícola em detalhes, metro por metro.
Previsão do tempo, mecanização do controle de pragas, inteligência artificial, internet das coisas, uso de drones, entre outras ferramentas digitais. A tecnologia já é uma realidade no campo e deve ser incorporada por todo produtor que deseja ver a sua lavoura mais eficiente e rendendo mais lucros.
AgTechs
A revolução AgTech, termo cunhado nos EUA para se referir às empresas de tecnologia aplicada ao agronegócio, é uma das próximas grandes ondas do mercado global de tecnologia.
O que começou com investimentos em biotecnologia e sementes, hoje se espalha por áreas como softwares, aplicativos móveis, nanosatélites, drones, inteligência artificial, robótica e internet das coisas.
Atualmente, investidores internacionais abriram os cofres para investir em startups de tecnologia para a agricultura.
As AgTechs fazem parte do ecossistema de investimento em inovação que começa a se formar no agronegócio brasileiro.
Sustentabilidade na lavoura e na mesa
Devido ao aumento do uso da tecnologia no campo e à necessidade de realizar um plantio mais sustentável, hoje o que importa para a dimensão da produção agrícola não são mais hectares e, sim, metros quadrados.
O pensamento da sustentabilidade veio para ficar e provocou uma transformação no conceito de rentabilidade no agronegócio. Com o investimento em novas tecnologias, a proposta agora é aumentar a produção por área e não expandir espaços dedicados aos cultivos.
O futuro sinaliza para uma maior procura de alimentos saudáveis, com informações seguras sobre práticas e princípios agroecológicos, que permitam aos consumidores tomarem decisões de compra.
Isso vai ao encontro do novo anseio pela garantia da segurança alimentar, onde pode-se ter a chance de alimentar bilhões de pessoas e preservar o planeta.
Agro brasileiro – destaque internacional
Ao contrário de diversos países que não têm uma agricultura fortalecida, o agronegócio brasileiro enfrentou bem a crise e deverá ser mais visado para atender demandas nacionais e internacionais nos próximos anos.
Em março de 2021, dados da Embrapa mostraram que a agricultura brasileira alimenta mais de 800.000 pessoas, quase 4 vezes a sua população. Em breve o termo “Brasil o celeiro do mundo” sairá dos papéis e fará parte da história de todos os países do mundo.
Novos modelos de negócios também devem surgir neste período, principalmente os relacionados à sustentabilidade e à saúde da população e do planeta. A pandemia e as mudanças climáticas impulsionaram essas novas preocupações no mercado.
Produtor rural, aproveite o momento para crescer!
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Fonte: Agrichem
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