Há 87 dias sem reajuste, a gasolina vem registrando ligeira queda de preço nos postos de abastecimento por três semanas seguidas, mas mantém o nível acima dos R$ 7 na maioria dos mercados e é encontrada em alguns municípios perto dos R$ 8,50 o litro. O diesel também vem cedendo nos postos, mas também se manteve na casa dos R$ 7 na média nacional.
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do litro da gasolina no País fechou a semana de 29 de maio a 4 de junho em R$ 7,218, ficando 0,4% abaixo da semana anterior e com queda de 1% desde 14 de maio.
O maior preço encontrado pela ANP foi de R$ 8,490, e o menor, de R$ 6,180, ambos na região Sudeste.
A defasagem média em relação ao mercado internacional já está em 20%, chegando a 22% em alguns portos do País, de acordo com dados da associação dos importadores, Abicom.
O diesel também cedeu de preço na mesma semana, com queda de 0,5%, sendo negociado, em média, a R$ 7 o litro do S10, o menos poluente.
A defasagem em relação aos preços externos registrava média de 14%,podendo chegar a, chegando a 16% no porto de Araucária (PR). O combustível está há 28 dias se reajustes.
“Tivemos um pico de preços do anidro que encareceu a gasolina C (com mistura), e também quando o preço fica muito tempo sem reajuste estimula muito a competição, porque o cliente já sabe quanto cada posto cobra e busca o mais barato”, disse Paulo Miranda, que deixou a Fecombustíveis, onde foi presidente, no mês passado. “Os postos começam a achar que está perdendo clientes e reduz margem”, explicou.
Já no caso do diesel, a recessão é a melhor explicação para a ligeira queda de preços, já que a mistura do biodiesel não tem tanto peso (10%) e o valor também é alto no mercado. “Junho está sendo péssimo, o revendedor está reduzindo a margem para ganhar o consumidor”, avaliou.
Para o atual presidente da Fecombustíveis, James Thorp Neto, as decisões dos donos de postos são individuais e muito dinâmicas, principalmente em ambiente de maior competição. “Provavelmente competição ou alteração por parte da distribuição, nosso mercado é muito dinâmico e existem oscilações diariamente da distribuição para com os postos”, afirmou, ao ser questionado sobre o motivo da queda dos derivados no Brasil.
Sem reajustes desde o último dia 10 de maio, quando elevou o diesel em 8,9%, a Petrobras segue sob pressão do presidente Jair Bolsonaro, que já demitiu três presidente por causa da alta dos preços, inclusive o atual, que segue no cargo até a substituição.
Nesta segunda-feira, 6, Bolsonaro afirmou em entrevista à TV Terraviva que, nos próximos dias, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vai resolver a questão dos combustíveis “no tocante a impostos”.
Disse também que a intenção do ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, é mudar toda a direção da Petrobras, não apenas o Conselho de Administração, processo que já está em andamento à espera dos novos nomes que serão enviados pelo governo para preencher os cargos que ficaram vagos após a demissão do presidente da estatal.
Fonte: Estadão Conteúdo
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