O preço da alface, da batata, da cebola e do tomate no atacado em novembro registrou movimento preponderante de alta.
A exceção é a cenoura, que apresentou queda de preço na maioria das Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas, repetindo a tendência dos meses anteriores, constata o 12º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) 2022, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta sexta-feira (16).
A Conab explica que o estudo é realizado para as hortaliças e as frutas com maior representatividade na comercialização nas Ceasas do País e que têm maior peso no cálculo do índice de inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
As maiores aumentos foram para a cebola (+37,18%) e para o tomate (+18,79%).
No caso da cebola, afirma a Conab em comunicado, a tendência de alta vem sendo observada desde novembro de 2021, culminando com o maior nível de preços da série em novembro de 2022.
Para o tomate, deve-se considerar que, desde setembro, a oferta está estável (tendo o pico da oferta ocorrido em agosto deste ano).
O quadro de chuvas nas regiões produtoras dificulta a colheita e retarda a maturação do fruto, afetando negativamente a oferta, esclarecem os técnicos da companhia.
No caso da batata, apesar da estabilidade na oferta, os preços continuam em alta. Isso porque as chuvas constantes e, muitas vezes intensas, comprometem a colheita e puxam os preços para cima, relata a Conab no boletim.
As chuvas na maioria das regiões produtoras também têm comprometido a produção de alface, reduzindo a oferta e elevando a cotação da verdura. “No primeiro decêndio de dezembro não se observa uniformidade no movimento de preços”, comentou.
A Conab diz, ainda, que, em novembro, apesar da redução de 2% na oferta de cenoura em relação a outubro, os níveis estão em torno de 25% superiores às quantidades registradas em fevereiro e Março. Com isso, registra-se “continuidade no movimento de queda de preços em quase todos os mercados Atacadistas analisados.
Frutas
A banana e o mamão apresentaram queda de preços em alguns mercados, apesar da alta na média ponderada. O preço da banana chegou a cair 10,45% na Ceasa de São José (SC), na grande Florianópolis, e 7,97% em Brasília DF. Contudo, na média ponderada entre todas as Centrais de Abastecimento (Ceasa) analisadas, a fruta teve alta de 5,34%, fechando o período com cotação de R$3,70/kg.
No caso do mamão, o preço chegou a cair 26,54% em Rio Branco (AC) e 11,3% em Goiânia (GO), porém, a média ponderada indicou alta de 0,83%, com cotação de R$5,19/kg. A queda em alguns entrepostos justifica-se principalmente pela demanda fraca, pelos altos preços cobrados nos períodos anteriores e pela presença de frutas mais baratas no mercado após a normalização do abastecimento com o desbloqueio das estradas.
Quanto às demais frutas, foi observado um aumento geral de preços, em especial para laranja (+4,41%) e melancia (+8,13%). Quanto à laranja, a alta das cotações e oferta controlada pela grande demanda industrial foram a tônica mensal.
Já a melancia teve a alta de preços justificada pelo declínio da colheita em Ceres (GO) e início da safra em diversas microrregiões de São Paulo e no sul baiano, em meio a uma demanda regular. Parte da safra baiana foi antecipada para minimizar o efeito das intensas chuvas nas regiões produtoras.
Preços no Natal
O aumento nos custos relacionados ao frete e a outros insumos provocou a alta de preços e a queda da comercialização das frutas tipicamente consumidas nas Festas de fim de ano. Outro fator relevante é a inflação mundial, que impactou especialmente o preço das frutas importadas, disse a Conab, que nesta edição trouxe um capítulo especial com a avaliação da comercialização das frutas natalinas.
Frutas de caroço, como o pêssego e a ameixa, mantiveram preços com poucas oscilações no ano, mas com crescimento consistente em relação ao ano de 2021.
Outra fruta muito consumida nesta época do ano é a cereja, que o Brasil compra principalmente da Argentina e do Chile. Com a desvalorização do real e consequente absorção da inflação internacional, o produto chegou com preços elevados no atacado.
Já a romã, cultivada no Brasil em São Paulo, Bahia e Pernambuco, observou queda próxima de 90% nas importações em relação a 2020, o que mostra a redução da comercialização no País na esteira das instabilidades econômicas e da contenção da renda da população.
No caso do damasco, fruta que há tempos tem valor de comercialização alto e que tende a permanecer assim, as vendas nos entrepostos atacadistas tiveram queda de 31% até novembro de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado, e as importações tiveram pequena queda de 3,85%.
Por fim, na contramão das demais espécies, a uva deve chegar nos mercados de atacado e varejo com preços acessíveis, apesar da queda de 7% na comercialização considerando o agregado das Ceasas analisadas.
Fonte: Agência Safras
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