Neste fim de semana, comemoramos a Páscoa e os chocolates continuam em alta nessa época do ano.
Uma cadeia que gera riqueza e desenvolvimento em todo o país. São 93 mil produtores e 620 mil hectares no Brasil dedicados à produção de cacau.
Boa parte desse volume vem da Bahia. O sul do estado, região mais tradicional, detém 80% das lavouras implantadas no sistema cabruca, em que o cultivo é realizado em meio à Mata Atlântica.
Mas muitos cacauicultores têm apostado em novas áreas como o Cerrado baiano.
De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), o local desponta como um cenário promissor.
“Eu tenho certeza de que com essa regionalização da cacauicultura e com essa alta produtividade que estamos registrando aqui, nós vamos ter surpresas em investimentos na região na parte de industrialização”, diz Moisés Schmidt, cacauicultor e diretor regional da Faeb.
O cacau avança a passos largos nas regiões não tradicionais, prova disso foi a chegada da empresa Biobrasil Mudas, no oeste da Bahia.
Ela desenvolve mudas de cacau específicas para o cerrado baiano. Tecnologia e muita inovação fazem parte do processo, que vem conquistando novos adeptos desde que foi implantado, há dois anos.
“A gente conseguiu desenvolver um material, uma forma de produção de mudas, na qual permite a gente cultivar cacau aqui a pleno sol. hoje, os grandes desafios que a gente enfrenta estão voltados para o manejo e tratos culturais, para o qual a gente detém uma equipe técnica, detém agrônomos e pessoas de áreas tradicionais para trazer ideias para consolidar o trabalho que a gente vem desenvolvendo”, afirma Fernando Herrera, sócio da empresa.
Cacau no Cerrado
Com 250 hectares cultivados nesta temporada, o cerrado registra boa adaptabilidade na implantação da cultura e registros de alta produtividade.
O Brasil não é autossuficiente em cacau, e de acordo com a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (Aipc), com mais uma região produzindo na Bahia, espera-se suprir parte da demanda da indústria brasileira.
“A região vai trazer uma oportunidade de termos um cacau diferenciado, com alta produtividade. temos expectativas de produzir de 3 mil a 4 mil kg por hectare, e isso será muito importante para alcançarmos um dos nossos objetivos, que é a autossuficiência na produção de cacau”, explica Ana Paula Losi, presidente da Aipc.
Em 2023, a Bahia deve manter sua posição como a maior produtora nacional de cacau. o estado espera superar em aproximadamente 45% o volume do ano passado, totalizando, em 2023, 200 mil toneladas.
“A perspectiva é que este ano teremos o maior recebimento a partir de abril, quando começa a safra da temporada e o cacau do sul da Bahia começa a entrar em grande volume. acreditamos que devemos receber, neste ano, em torno de 200 mil toneladas, consolidando os resultados das últimas ações”, complementa Ana Paula Losi.
O fruto que recebe investimentos tão importantes no nordeste e em todo o Brasil é matéria-prima para a indústria na produção de manteiga de cacau, cacau em pó e chocolate, item que é protagonista na mesa dos brasileiros, especialmente na Páscoa.
Chocolate artesanal da serra gaúcha: produção interna e exportação
A arquitetura e o clima europeu de Gramado, na Serra Gaúcha, tornam a cidade um destino turístico popular na época da Páscoa.
Muitos visitantes vêm à cidade em busca do sabor do chocolate. Em uma loja de chocolates, são atendidos pelo menos 4 mil clientes por dia.
Na cidade, o chocolate de qualidade começa com o planejamento dos ovos de páscoa em novembro.
O cacau e a manteiga de cacau são diretamente provenientes da Bahia, todos os outros ingredientes são de produção nacional.
Em Gramado há, pelo menos, 26 fábricas que trabalham com chocolate de forma artesanal, e tudo é feito com atenção aos detalhes, o que valoriza ainda mais o produto.
Somente nesta Páscoa, a cidade espera produzir 600 toneladas de chocolate.
Fonte: Canal Rural
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