Os Estados Unidos tem sido um forte adversário para a soja brasileira na exportação para o mercado chinês. Segundo o professor da FGV Agro, Felippe Serigati, os prêmios projetados para o grão nacional no Porto de Paranaguá para julho, agosto ou setembro variam de US$ 1,50 a US$ 2,15 por bushel. “Não é pouca coisa em nenhuma série histórica que a gente trabalhe”, constata.
Para ele, o principal fator que determina se a commodity brasileira estará interessante ou não e se os preços apresentarão sustentação é o comportamento da safra norte-americana. “Para o chinês, vale o preço em dólar. Nos Estados Unidos deve estar mais barato porque eles vão colher essa soja, mas no Brasil, em reais, até o momento, não vimos reflexo dessa queda no preço em dólar porque o real desvalorizou quase que na mesma intensidade“, afirma.
Serigati ainda analisa que nos próximos três meses ninguém prejeta que o dólar volte a R$ 4,60. “Ao produtor que garantiu uma margem razoável, em que ele se sinta confortável, por que ficar exposto a risco? Porque não garantir essa margem?“, indaga.
Riscos
O professor também reforça que o sojicultor que ainda não vendeu grande volume de soja, o que é pouco provável para o momento, está mais sujeito a riscos.
“Outro lado dessa história é não olhar para a safra atual, mas para o travamento de preços para a próxima safra, aí a incerteza é monumental, porque uma coisa é essa soja a R$ 200 a saca para quem teve os custos de produção de 2021, mas para quem está tendo de fechar os custos de produção com os valores de 2022 para uma soja que vai colher em 2023, a margem estará mais apertada, mais estreita. Esses 200 reais a saca de soja talvez não vá mais trazer o mesmo alívio que trouxe referente aos custos de 2021″, finaliza.
Fonte: Canal Rural
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