Comemorado nesta quarta-feira, 21, o Dia Nacional do Controle da Asma visa conscientizar e reforçar a importância do tratamento e acompanhamento da doença no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a estimativa é que 23,2% da população viva com a doença, e a incidência varia de 19,8% a 24,9% entre as regiões do Brasil.
Tendo em vista a assistência a pacientes asmáticos, o Governo Federal lançou em março de 2022, em parceria com o Iats, a Linha de Cuidados de Asma. As informações são disponibilizadas online para orientar pacientes, gestores e profissionais de saúde sobre o fluxo de atendimento para a doença no SUS.
Já em 2021, o MS publicou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Asma. O documento traz recomendações e orientações aos profissionais de saúde acerca dos critérios para o diagnóstico da asma e os tipos de tratamentos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
Classificada como uma doença inflamatória crônica, a asma atinge as vias aéreas inferiores, como traqueia e brônquios. Essas regiões ficam mais sensíveis a diferentes estímulos, levando ao bloqueio do fluxo de ar de forma recorrente e, em geral, reversível.
Para o médico pneumologista Mauro Gomes, a asma pode apresentar diversos sintomas, entre eles a falta de ar, dificuldade para respirar, chiado no peito e tosse. O especialista alerta que os sintomas variam durante o dia, podendo piorar à noite e com algumas atividades físicas.
“O principal sintoma da asma é a falta de ar, chiado no peito. Na maioria das vezes, o chiado no peito, a tosse, geralmente seca. É uma situação grave e é importante que a pessoa busque acompanhamento médico e não só pensando em possíveis crises”, pontua.
Cuidados
O pneumologista também alerta para os cuidados e formas de prevenção das crises que podem ser adotadas pelos pacientes, a exemplo da identificação dos fatores de risco.
“Cada pessoa tem um gatilho diferente, tem gente que pode ter alergia a poeira, outras podem ser alérgicas ao pêlo dos animais domésticos, questões emocionais, estresse. São coisas que podem ser gatilhos para as crises. Por isso, é importante identificar quais são esses gatilhos para que as pessoas possam adotar ações de prevenção”, explica.
Com as temperaturas mais frias do inverno e aumento dos casos de infecções virais, o especialista ainda reforça a atenção voltada à imunização contra a influenza e medidas de proteção, que foram adotadas ao longo da pandemia, como a constante higienização das mãos, ventilação dos ambientes e proteção com o uso de máscara. Nesta época, os cuidados, segundo ele, precisam ser redobrados.
“Esse período acaba irritando mais as vias aéreas. Então, quem tem asma acaba tendo mais risco de desenvolver uma crise por conta disso. Quem está com sintomas gripais, é importante se cuidar, evitar locais fechados, utilizar máscara para evitar a contaminação de outras pessoas, principalmente as que têm asma. Também é importante reforçar a importância da vacinação”, reitera.
Impacto das redes sociais
Uma pesquisa digital, realizada pelo Crônicos do Dia a Dia, aborda a mudança de tendências dos internautas em relação à asma. A partir da avaliação do comportamento dos usuários de redes sociais e sites de busca, a iniciativa aponta que alguns fatores têm impulsionado a automedicação, entre eles: dificuldade em identificar sintomas causados pela asma e asma grave; alto custo de consultas e tratamento; relatos de diagnóstico tardio e incorreto; trocas de receitas e conselhos de leigos sobre asma via internet.
O resultado também é percebido através do aumento da publicação de hashtags entre 2019 e 2023, sendo #asmagrave (de 70 para 6.077) e #asmatico (de 603 para 4.222).
Fonte: A Tarde
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