As vendas do varejo na Bahia deverão crescer 3,7% em dezembro, e alcançar R$ 14,3 bilhões, ou R$ 510,2 milhões a mais em relação a dezembro de 2022. Se confirmado, será a melhor soma registrada para o mês desde 2020. A projeção é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e da Fecomércio-BA.
Com isso, o faturamento acumulado do setor no ano deverá chegar a R$ 144,3 bilhões, aumento de 0,6% em comparação com o resultado de 2022. Segundo estimativa da Fecomércio-BA, a alta do mês deverá ser acompanhada por oito das nove atividades que fazem parte do comércio varejista, com destaque para os segmentos Farmácias e Perfumarias, com variação anual de 11%; Veículos, Motos e Autopeças, com alta de 7,8%; lojas de Eletrodomésticos e Eletrônicos, com incremento de 6,3%, e Supermercados, com elevação de 5% em relação ao ano anterior.
De acordo com o consultor econômico da entidade, Guilherme Dietze, o ambiente econômico mais “favorável” no final do ano tem gerado boas expectativas para o comércio no Natal.
“Chegamos ao final do ano com a inflação bem mais baixa, o desemprego também vem caindo de uma forma importante no estado, embora seja um índice elevado comparativamente a outros estados. E a taxa de juros tem caído, o que barateia um pouco o crédito, e ajuda também na questão da inadimplência. A inadimplência caiu em Salvador 13 vezes seguidas, mostrando um sinal de amadurecimento das famílias na quitação das dívidas em atraso. Além da melhora das condições econômicas, tem o décimo terceiro (salário) agora, além do programa Desenrola, que ajuda no equilíbrio de acerto de contas”, fala Dietze.
“Outro ponto importante é que se a gente está falando de um contingente superior, quando comparado a 2022, em relação a emprego formal, evidentemente que haverá uma injeção maior com relação ao décimo, uma variável fundamental para as vendas no final do ano”, ressalta o economista.
O consultor explica, no entanto, que o cálculo não reflete especificamente o desempenho do Natal, mas do mês inteiro de dezembro, “pois não é possível fazer a distinção da compra habitual e do evento”.
Cenário positivo
“A gente poderia até esperar um resultado melhor, mas diante do que tivemos ao longo ano, no primeiro semestre ainda com uma alta inflação, desemprego grande, crédito caro, fechar o ano com saldo positivo, e as vendas de Natal com a maioria das atividades tendendo a ter um crescimento, é um motivo para comemorar, sim”, destaca o consultor.
Ainda de acordo com ele, apesar do cenário mais positivo, “os desafios continuam para 2024”. “A questão da redução dos juros. Não se pode conviver com uma taxa de juros de 12%, é preciso ir abaixo de dois dígitos. Para poder alavancar de forma positiva a economia, as empresas investirem, haver mais consumo das famílias, sem que haja essa interrupção, ou seja, você gastar mais no custo financeiro, ficando mais para os bancos”.
Presidente do Sindicatos dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), Paulo Motta se mostra mais otimista e fala em uma projeção maior ainda, na casa de 10%. Ele pontua que 2/3 do universo do varejo são representados pelo Sindilojas, não só na Bahia como no Brasil, dizendo “nós temos uma projeção muito mais firme, com previsão de crescimento acima de 10%, geração de emprego acima de dez mil contratações temporárias, com efetivação média de 20% a partir de fevereiro de 2024”.
Fonte: A Tarde
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