Conhecida popularmente como “pressão alta”, a hipertensão arterial afeta cerca de 30% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia. No entanto, metade desses indivíduos desconhece sua condição de saúde. A falta de sintomas específicos ou a presença de sinais inespecíficos pode fazer com que o problema só seja diagnosticado após anos.
A hipertensão é caracterizada quando a pressão arterial atinge valores iguais ou superiores a 14 por 9 (140 mmHg x 90 mmHg). Essa doença crônica é definida pela força exercida pelo sangue contra as paredes das artérias para circular por todo o corpo.
Embora seja comum associar a hipertensão a pessoas mais velhas, é importante destacar que dois grupos também são afetados: crianças e adolescentes. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a hipertensão é responsável por mais de 10 milhões de mortes anualmente no mundo. Além disso, está relacionada a 80% dos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e 60% dos casos de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) no Brasil.
Esses dados evidenciam a gravidade da hipertensão como um problema de saúde pública, reforçando a importância do diagnóstico precoce, do controle adequado e da adoção de hábitos de vida saudáveis para prevenir complicações cardiovasculares associadas a essa condição. Com o intuito de alertar a população quanto a gravidade da doença, anualmente em 17 de maio é celebrado o Dia da Hipertensão, para conscientizar sobre os riscos, prevenção e controle da doença.
Doutor em Cardiologia do Hospital Cárdio Pulmonar, Luiz Ritt explica que quando acontece antes dos 20 anos, é necessário observar possíveis fatores.
O indivíduo com histórico familiar forte precisa estar atento a medir a pressão. Até fora do ambiente médico se consegue fazer essa mediçãoLuiz Ritt, Doutor em Cardiologia do Hospital Cárdio Pulmonar
Em conversa com o Portal A TARDE, ele alerta que é importante estar sempre medindo a pressão, pois quando algum sintoma aparecer, a doença já pode estar bem mais elevada.
A dica, segundo o médico, além de mudanças na dieta, é mudar hábitos de vida. “Manter se ativo fisicamente. Fazer 150 minutos por semana de atividade física ou, se não puder, faça o que conseguir. Precisa de dieta, evitar embutidos, enlatados, conserva, sal, evitar alimentos processados, fast food… tudo é rico em sódio”.
Ele lembra, no entanto, que mesmo pessoas aparentemente saudáveis também podem apresentar a doença. “As pessoas às vezes pensam ser saudáveis, que estão imunes a hipertensão. A chance é menor, mas precisa verificar pressão arterial com certa frequência, uma vez ao ano, por exemplo”.
Ritt aponta ainda que conviver com a pressão alta é possível, mas a longo prazo, pode resultar em consequências graves. “Em um solo fértil, semente ruim floresce. No solo ruim, pode tentar a melhor semente do mundo, não consegue florescer. A pessoa tem que mudar”, exemplifica.
A pressão refere-se à força que os vasos fazem no sangue. O tratamento da doença, que não tem cura, pode causar o envelhecimento precoce dos vasos.
“É importante que a pessoa meça sua pressão, pois só medindo ela pode descobrir. Se nunca mais mediu, é um bom dia para se atentar a isso. É uma ação simples e pode prevenir essas complicações. É uma doença indolente, não dá sintoma na maioria das vezes. De todas as doenças, uma que merece um dia é a hipertensão”, pontua.
A quem já tem o diagnóstico positivo da doença, o alerta é quanto a medicação. “Quem é hipertenso nunca deve suspender a medicação, a não ser sob orientação do médico. Tem gente que vai beber e suspende, vai comer algo, suspende, ou tem alguma melhoria no índice e pensa: ‘hoje tá boa. Não é porque normalizou que deve parar”, afirma.
Fonte: A Tarde
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