O café arábica despencou em Nova York com a aceleração da colheita no Brasil, o maior produtor mundial, e uma alta do dólar que ao mesmo tempo incentiva as exportações e enfraquece a demanda global.
O dólar ampliou sua alta contra as principais moedas após dados de inflação elevados na quarta-feira prepararem o terreno para o Federal Reserve aumentar juros agressivamente. Isso torna as commodities cotadas em dólar mais caras para a maioria dos países importadores.
Os produtores brasileiros já haviam colhido 59% da safra de café até 12 de julho, ante 48% na semana anterior, segundo a Safras & Mercado. A desvalorização do real aumenta o incentivo para eles venderem no mercado externo.
A Cecafé disse que o Brasil terá mais café para exportar nesta safra, embora os problemas de logística permaneçam.
“Sabemos que a demanda caiu em todos os setores”, disse Nick Gentile, sócio-gerente da NickJen Capital Management. “O euro está fraco, isso não está ajudando a demanda”, já que a Europa é a maior região consumidora de café.
O café arábica negociado em Nova York caiu até 6% para US$ 1,9495 por libra-peso, o menor preço desde outubro do ano passado, e foi negociado abaixo de suas médias móveis de 50, 100 e 200 dias, todos sinais de baixa.
Preocupações gerais com o crescimento global estão ajudando a empurrar o café abaixo do principal suporte psicológico de US$ 2, disse Michael Nugent, fundador da corretora que leva seu nome na Califórnia.
Os preços podem receber apoio de temperaturas mais frias esperadas em partes do Brasil durante a segunda semana de julho, embora não haja risco de geada, disse Gentile. A recente queda nos preços das matérias-primas também aliviará as pressões inflacionárias, disse ele.
Fonte: Bloomberg
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